Simples Assim

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Pelo. Pouco ou muito, todo mundo tem. Homem nem liga. Tem até quem ache bonito. Já a mulherada reclama. Menina-moça, odeia. Daí vale tudo. Creme. Descolorante. Pinça. Reza. Ou colar aos pés da mãe azucrinando, do jeitinho que foi lá em casa. Com a muchachita insistindo e perturbando até não poder mais.

_Mãe, me leva ao salão? Leva? Por favor.  A fulana, vai. A beltrana, também. A cicrana, virou sócia do lugar. Só eu, não. Nunca depilei. A única da escola. Por que não posso ser como as meninas da minha idade?

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Vai vendo…

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Primeiro carnaval juntinhos. E ao moço, coube optar.

De um lado o econômico e democrático Bloco do Simpatia É Quase Amor, com milhares de foliões incendiados, gingando e pingando, coladinhos uns aos outros pelos sovacos, quadris e cangotes. Outra opção seria arrendar um exclusivo ninho de amor nalgum canto de ilha selvagem muito pouco visitado. Os olhos da cara, adianto. Mas a privacidade e o conforto valiam. Centavo a centavo. E ele pulou no abismo.

Fechou casa pra dois, mais lancha e luau. Seu dinheiro gastou a rodo. O que fez a pequena suspirar. Portentosa. Mas de repente estancou, numa pergunta inusitada.

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Então, Tudo De Novo

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No farol um arrastão comendo solto. Em meio ao bololô um motorista esperava. Pacientemente. Quando deu de cara com um meliante terrível, a quem fez questão de explicar.

_Desculpe, mas sou fixo do Arruela. Há mais de três anos que só ele me assalta. Fica pra próxima, pode ser?

_Foi mal, Patrão. O Arruela atrasado, mas já-já taí. O senhor pode aguardar?

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Feliz Ano Novo De Novo

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Tem quem meça o ano em curtidas. Em milhões. Em sucessos. Em saudades.

Mas seja qual for o seu referencial. Que ele venha repleto de possibilidades. E oportunidades novinhas em folha. Com coragem de sobra para reiniciar.

Que 2016 leve com ele o realmente não nos serve mais. Medos. Tristezas. Embustes. Percalços de todo o tipo e tamanho. Contas que nem mesmo eram nossas, mas que ainda assim acabamos pagando o pato e tocando adiante.

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Aconteceu no Natal

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Vocês que reclamam da vida, não sabem a dureza que é ser Mamãe Noel.

Dia de Natal, então, o pânico era geral. Com o bom velhinho desabando pelos cantos, largando tudo quanto havia pelo caminho: gorro. Meias. Botas. Renas. Numa bagunça de doer.

_Mas será o Benedito, Noel? Dava para ao menos uma vez ao ano estacionar esses malditos bezerros do lado de fora? Assim não tem santa que aguente, meu filho! _ vinha ela reclamando_ Eu, por mim, teria dado fim nesses sacos de pulgas faz tempo. Mas não! Tinha que investir todas as nossas economias num trenó. Movido a veado, ainda por cima. Fala sério, velho bobo – retomando na sequência_ E essas roupas pelo chão, hein? Põe no cesto, homem de Deus. Afff!!!

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A Atendente

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Passava das sete da noite quando a velhinha atendeu. E a fulana saiu matraqueando, doida pra fazer bonito em seu primeiro dia de trabalho.

_Dona Sônia? Como vai? Entro em contato por conta duma…

_Ô, filhinha, que bom que perguntou. bem, não, viu? Na verdade, tenho sentido uma dor terrível nas costas. E uma fisgada esquisitas nas pernas. Ontem, mesmo, meu pé tava todinho inchado – e prosseguiu_ O peito, então? Nem se fala. É dia e noite numa ronqueira danada. ouvindo só o chiado? – emitindo sons desconfortáveis, enquanto cuspia e escarrava. Num acesso de tosse dos diabos.

_Acontece que eu…

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Contando ninguém acredita

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A casa era assim dividida. No andar de cima, ele. Apaixonado por ela. A linda moça do andar de baixo. O que seria até bem simples, não tivesse ela pai, mãe, três irmãos, avó doida e papagaio.

Pra piorar, o pai era uma fera. E tinha um cachorro que era uma verdadeira onça. Talvez por isso fizesse questão de olhar pra ela de longe. Disposto a não dar na vista. Até o fatídico dia, quando ouviu a mãe dela reclamando.

_ Chega de sol, menina. Quer virar pururuca, é? E esse biquíni? Vê se isso é roupa de gente…

Biquíni?, tremelicou o pobre, em meio a uma chuveirada, Quedê a toalha? Quedê?, na pressa,  acabou metido numa toalhinha micha de rosto. Daí fugiu pra varanda. Sapear. Continuar Lendo »

Ô, manhê!

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Pense numa mulher doida por séries de Tv. Pois é. Agora, vá multiplicando. Até ficar insuportável. Taí. A própria. Que além de fanática numa boa história, era, também, a mãe de um bebezinho lindo.

Mas a pura santa verdade é que depois de várias temporadas, finalmente, era chegado o dia do Grand Finale. Com a tal em penitência. Mal dormiu, nem comeu. Aguardando pelo início do capítulo final.

Então, vejamos: desligou celulares? Sim. Estourou pipoca? Opa! Catou seu bebê e amarfanhou na poltroninha? Nem precisa perguntar de novo.

E começou. Com a Rainha Boa encurralada por lobos famintos. Que pior não lhe fizeram por conta de alguém surgido detrás das moitas. Amigo? Inimigo? O jeito era pagar pra ver.

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Pobre Moço

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Trombaram os dois. Um belo dia. Numa ponte aérea São Paulo-Rio. Ele indo, a trabalho. Ela voltando, a passeio. Curioso foi que deu liga. Feito bife com batata frita. O iaiá do ioiô.

Ela de peixes, linda até morrer. Nascida e criada aos pés do Cristo. Bronzeada e balançante da gema, que foi achar graça justo nele. Um não-sei-quem tipicamente paulistano. Empalidecido pelas garoas frequentes e cheirando a escritório, pizza e pão na chapa com pingado.

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